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Estudamos e ensinamos textos indianos tradicionais e práticas documentadas em obras escritas há muitos séculos. Seguimos a abordagem do antigo Yoga indiano, cujo objetivo era obter a libertação espiritual (mokṣa ou kaivalya). Não estamos criando nenhuma novidade e não temos muito interesse pelas novidades que são divulgadas. Não somos gurus e não seguimos gurus humanos; respeitamos grandes mestres espirituais, mas não acreditamos que eles/elas devam ser considerados como objeto de culto. Não representamos nenhuma escola ou sampradāya, mas aprendemos muitas coisas através de pessoas ligadas a diversas tradições. Nossa linha de Yoga procura estimular a independência (nirapekṣatva) dos praticantes, fazendo com que cada um adquira a capacidade de se orientar e de obter sozinho as respostas às suas perguntas espirituais. Isso é obtido pelo treino de técnicas, pelo desenvolvimento da buddhi e pelo estabelecimento de uma conexão direta de cada pessoa com Īśvara.

Veja abaixo uma explicação mais detalhada sobre cada um desses pontos.

(1) Estudamos e ensinamos textos indianos tradicionais e práticas documentadas em obras escritas há muitos séculos.

Acreditamos que os textos indianos antigos conseguiram expor uma profunda sabedoria, que não apenas tinha importância para os antigos, mas que ainda tem valor para nós, pois a natureza dos seres humanos não se modificou durante esses séculos. As práticas de transformação espiritual descritas nesses textos antigos foram desenvolvidas e testadas durante séculos e o testemunho de muitas gerações atesta que elas realmente são úteis e efetivas.

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(2) Seguimos a abordagem do antigo Yoga indiano, cujo objetivo era obter a libertação espiritual (mokṣa ou kaivalya).

 

Na antiga tradição indiana, conforme descrita nos textos pré-modernos (anteriores à colonização da Índia), o objetivo do Yoga não era obter saúde, curar doenças, relaxar, fazer viagens astrais, ver a aura das pessoas nem obter poderes especiais (como o de levitar). A meta sempre foi a de se libertar do ciclo de renascimentos (saṁsāra) ao qual estamos presos por causa de nossos desejos e aversões, por nossas ações motivadas por intenções boas ou más (karman), por nossa ignorância a respeito de nossa própria natureza e sobre a realidade. Superar esses obstáculos e atingir a libertação espiritual é obter mokṣa ou kaivalya.

(3) Não estamos criando nenhuma novidade e não temos muito interesse pelas novidades que são divulgadas.

Desejamos boa sorte a todas as pessoas que, com intenções puras, procuram criar e divulgar novos caminhos espirituais ou para a cura de doenças. Acreditamos, no entanto, que a enorme bagagem proporcionada pela antiga tradição indiana é suficiente para a caminhada individual em direção à sua transformação e libertação espiritual. Não é necessário aderir a modismos e às novidades que surgem todos os dias. Acreditamos que as práticas que foram desenvolvidas e testadas durante um longo tempo são mais confiáveis do que as recentes.

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(4) Não somos gurus e não seguimos gurus humanos; respeitamos grandes mestres espirituais, mas não acreditamos que eles/elas devam ser considerados como objeto de culto.

Acreditamos que temos algo a ensinar, por isso somos ācāryas (professores, instrutores). Não somos perfeitos e não queremos que nos idealizem. Não aceitamos ser tratados como seres sobre-humanos. Somos pessoas com um bom conhecimento e com experiência prática, que podem ajudar outras pessoas a trilharem o caminho do Yoga indiano, conforme descrito nos textos antigos. Mas não fazemos milagres, não podemos produzir efeitos instantâneos e certamente não podemos auxiliar qualquer pessoa – há limites que dependem da natureza, da preparação e do esforço individual de cada um.

Há algum tempo, tornou-se uma moda o surgimento de "gurus" indianos ou ocidentais que são tratados por seus adeptos como se fossem divinos e infalíveis – e que se apresentam como tal. Consideramos que essa abordagem é prejudicial, por dois motivos: (1) há muitos falsos gurus, que se aproveitam dos seus adeptos para obter riquezas, favores sexuais e poder, de forma egoísta e inescrupulosa; (2) mesmo um verdadeiro guru deve ser admirado e respeitado, mas não endeusado; deve-se aprender com os exemplos positivos e procurar atingir o mesmo resultado que ele/ela obteve, mas isso não pode ser obtido tornando-se devoto de um ser humano.

O caminho a ser seguido é mais importante do que as pessoas que os divulgam. Um tolo pode transmitir alguns ensinamentos úteis; e um suposto guru pode atrapalhar muitas pessoas, quando faz com que elas concentrem sua atenção e dedicação a um mero ser humano, desviando-as do caminho de sua transformação individual.

Acreditamos que certas pessoas da antiga tradição indiana foram grandes mestres e transmitiram importantes ensinamentos e práticas, como Patañjali, Śaṅkarācārya, Gorakṣa e outros. Não sabemos nem nos interessa saber se atingiram a perfeição e a libertação. Quanto às pessoas recentes, indianas ou não: não sabemos se fulano ou sicrano são verdadeiros ou falsos gurus. Não nos compete dizer isso. Cada pessoa adulta é responsável pelas suas decisões e deve ter cautela para não se entregar a falsos gurus.

(5) Não representamos nenhuma escola ou sampradāya, mas aprendemos muitas coisas através de pessoas ligadas a diversas tradições.

Já trilhamos um longo caminho, há décadas. Durante esse tempo, tivemos a felicidade de encontrar diversas pessoas através das quais aprendemos importantes ensinamentos e práticas. No entanto, preferimos não nos filiar a qualquer seita, escola esotérica ou tradição iniciática. Não podemos alegar que ensinamos alguma coisa que recebemos de um certo mestre perfeito, que por sua vez recebeu seus conhecimentos de outro mestre perfeito e assim por diante, em uma tradição ininterrupta milenar. Somos os que somos. Nossas limitações e falhas são responsabilidade nossa. O que sabemos pode ser útil para você, ou não. Nenhuma instituição garante que somos maravilhosos.

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(6) Nossa linha de Yoga procura estimular a independência (nirapekṣatva) dos praticantes, fazendo com que cada um adquira a capacidade de se orientar e de obter sozinho as respostas às suas perguntas espirituais.

Os falsos gurus querem prender as pessoas, limitá-las, dominá-las, tornando-as eternamente dependentes. Não é essa a mensagem transmitida pelos antigos sábios indianos. Toda a tradição espiritual mais antiga da Índia era voltada para a transformação individual, através de ensinamentos e práticas, sem criar uma dependência cega e eterna de um mestre humano.

 

Um verdadeiro guru conduz o seu discípulo à sabedoria, não o prende. E o discípulo que atingiu a sabedoria não depende de um guru. Nossa abordagem é a de auxiliar as pessoas a conseguirem atingir um nível de desenvolvimento espiritual através do qual não seja mais preciso depender de ninguém. A verdadeira sabedoria brota de dentro, não vem de fora.

 

Quando uma pessoa aprende a se conectar à fonte de sabedoria de onde se inspiraram todos os sábios antigos, ela não precisa mais de orientação externa. Ela própria poderá responder às dúvidas que surgirem e descobrir quais os próximos passos que deve dar, na sua caminhada espiritual.

(7) Isso é obtido pelo treino de técnicas, pelo desenvolvimento da buddhi e pelo estabelecimento de uma conexão direta de cada pessoa com Īśvara.

Como uma pessoa pode adquirir autonomia e independência espiritual? Segundo a tradição indiana, isso é conseguido quando a pessoa deixa de lado os seus conhecimentos adquiridos de fora, que estão contidos na sua estrutura mental, e começa a abrir um novo caminho para a sabedoria, através de um órgão imaterial diferente da nossa mente, que é chamado de buddhi.

 

As práticas de Yoga mais profundas (dhyāna e samādhi) utilizam e desenvolvem a buddhi; e há técnicas específicas para atingir os estados de dhyāna e samādhi, que podem ser aprendidas, praticadas e dominadas. Existe, portanto, um caminho que pode ser aprendido para despertar a buddhi e para ter acesso direto à fonte de sabedoria que foi atingida por todos os grandes mestres indianos antigos. Desenvolver a buddhi é o caminho para a independência espiritual.

 

As práticas de dhyāna e samādhi devem ser complementadas por um caminho devocional que começa pela descoberta de sua própria divindade pessoal (iṣṭadevatā), que é a manifestação específica do/da Governante Supremo/a (Īśvara ou Īśvarī) mais adequada para cada indivíduo, sendo uma porta para o absoluto impessoal (Brahman). A pessoa deve aprender a se conectar a ela, para obter apoio, orientação e ajuda para superação dos obstáculos. O desenvolvimento da buddhi e a conexão com Īśvara proporcionam a total independência espiritual (nirapekṣatva).

Esta declaração de princípios da equipe Shri Yoga Devi está disponível para download em formato PDF neste link.  http://www.shri-yoga-devi.org/textos/Shri-Yoga-Devi-nosso-caminho.pdf

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